Aproximam-se as eleições municipais e já começo ouvir as mesmas frases de pré candidatos. As mesmas frases de sempre, que nem vou escrever aqui porque todos sabem quais são. Aí, começo a pensar no porquê e sempre concluo que o sistema estabeleceu regras para um jogo em que o povo sempre perde. Não é possível que não se entenda que os candidatos estão pleiteando um emprego. Não é possível que o povo não entenda que ele é o patrão e que seu voto é que dá, ou não, a vaga para um fantástico serviço, para uma função com poderes que nem o próprio povo sabe quais são.
Pode-se dizer que a atual constituição permite ao povo fiscalizar e cobrar a atuação de seu “funcionário”, mas quem cobra? Quem fiscaliza o vereador, que tem que fiscalizar o prefeito? Um ou dois munícipes mais conscientes ainda se atrevem a alguns questionamentos, mas sabemos que a imensa maioria reclama, mas isenta-se. Quais os caminhos?
- A criação de associação de moradores de verdade, com sócios cadastrados e com uma diretoria não restrita a uma ou duas pessoas, normalmente vinculadas a algum político.
- A formação de um conselho consultivo formado pelos presidentes dessas associações para opinar sobre atos do executivo ou do legislativo, após voto da maioria dos moradores colhido em assembléia em cada bairro .
- Um exame realizado pelo órgão eleitoral para verificar o nível de conhecimento do candidato sobre a legislação que terá que seguir.
- A formação de “chapas” compostas pelos candidatos a prefeito e vices e todos os seus secretários.
Bastariam essas providências, já permitidas pela legislação, para amenizar eventuais desvios. Como pode se exigir que um homem ou mulher possa saber tudo sobre as áreas administrativas de uma cidade? É preciso um especialista para cada área. Não se pode colocar um político para cuidar da saúde ou da educação. É preciso um médico para a saúde e um professor para a educação. Isso é óbvio mas não é o que acontece. Havendo uma chapa, a população conhecerá os candidatos a cada pasta e poderá avaliar suas idéias.
Ao prefeito cabe usar sua habilidade política para gerenciar essas pessoas. Porque política é isso; gerenciar pessoas, seus egos e suas potencialidades.