Só entendendo o principio de um fenômeno físico, químico ou biológico é que se vai compreende-lo. Grandes pensadores, através de observações e experimentos, conseguiram formulá-los e colocá-los a nossa disposição para que possamos entender o que acontece a nossa volta e em nos mesmos. Essa metodologia que expus não busca a pesquisa mas a demonstração prática dos fundamentos científicos de fenômenos que diariamente, em todos os momentos, estão presentes em nossas ações. Tenho, a disposição, mais de 300 experimentos de física, química e biologia, composto de prancha de procedimento, sinopse da matéria e folha de relatório com pelo menos uma questão. Não vou relacioná-los aqui para não perder tempo. Mas, acreditem, qualquer professor de ciências também os tem, já que eu os tirei de livros didáticos do ensino fundamental.
Portanto, qualquer professor que desejar ensinar ciências através de práticas em sala de aula, com todos os alunos manuseando o experimento e, com a classe dividida em 8 grupos e entregando 8 relatórios no final do tempo da aula, pode me acessar. Não só em ciências, mas em outras disciplinas como português, onde é possível montar uma revista ou um jornal na internet e onde cada grupo desenvolve a pauta de um setor (social, esportivo, administrativo, etc) quando, nos textos, devem constar a matéria do planejamento. Em geografia é possível montar uma agência de viagens e os grupos criarem pacotes para as regiões que estão sendo estudadas. Em História, é possível transformar a classe em um grupo de teatro com personagens fixos ( na Historia do Brasil, D Pedro I vai ser sempre o mesmo aluno, etc ) e assim pode ser em todas as disciplinas. Testei isso quando montei as famosas Salas Ambientes que, por motivo de carência profissional, extinguiram-se.
Mas, todos sabem que, no momento, a situação da educação é um pouco confusa. Os professores saem das faculdades conhecendo menos de um por cento da realidade administrativa da educação. Além do pouco conteúdo sobre o que deveriam aprender, ainda tem que lidar com a burocracia administrativa e com a realidade crítica das salas de aula. Poucos se recuperam desse choque inicial.
Numa conversa com uma dirigente de uma diretoria de ensino próxima a Bauru, quando ela me perguntou a que eu atribuía o comportamento inadequado do aluno, respondi, prontamente, que a culpa era da direção da escola. Depois de conversar com muitos diretores de escola, comecei a me convencer que a culpa era dos professores. Hoje acredito sim, que grande parte da culpa é mesmo da direção da escola. É ela quem tem que manter o professor em sala, com seus alunos durante todo o tempo da aula e transmitir a todos eles a informação contida na matéria.
Entenda-se como direção, o diretor, os vices, os coordenadores e os agentes escolares. Nenhum aluno nos corredores e uma avaliação escrita de cada aluno sobre a aula dada. Isso é obrigação do professor. Possibilitar isso, é obrigação da direção. Há uma tensão entre professores e direção? A direção deve separar o mau professor e puni-lo sob pena de, em não o fazendo, a punição ser para a direção. Sei que falar , ou escrever, é fácil. Que ali, na sala dos professores, no HTPC ou nos eventos a conversa é outra.
Entendo que a direção deve buscar apoio na comunidade, trazer os pais para dentro da escola e não tratá-los como adversários, para poder perceber os conflitos familiares que atrapalham o rendimento do aluno e isolá-lo disso.
Entendo que todo o sistema sofre hoje as consequências de erros do passado, que o aluno mal educado é fruto de pais mal instruídos e que somente uma ação baseada nessa consciência é capaz de corrigir isso.
Entendo sim, que o professor é mal remunerado, e na minha concepção, é o profissional mais importante de uma nação. É ele quem forma seus dirigentes e portanto deveria receber bem por isso. Mas, o professor deveria reencontrar sua vocação e fazer um exame intimo de seus desejos. Se não deseja transformar pessoas deve deixar de ser professor porque isso implica em transformar-se a cada instante, a cada pessoinha a sua frente. Deve lembrar-se de seus ideais, de sua missão e imaginar que entre aqueles olhares na sala esteve o seu, um dia. E, acreditar, principalmente,que o de seus filhos e dos seus netos também estarão ali, esperando por uma única, simples e calmante resposta.